Sensibilização Para Profissionais de Saúde Sobre Doação de Órgãos e Tecidos. Esse foi o tema da palestra realizada na quinta-feira, 21, no auditório da UNIT/Estância pelo coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandez. O evento foi realizado pelo Hospital Amparo de Maria em parceria com o Hospital Regional Dr. Jessé Fontes, através do Núcleo de Educação Permanente das respectivas instituições.
O objetivo central do evento foi celebrar o setembro verde, tendo como público alvo os colaboradores das duas unidades de Saúde.
"O evento visou conscientizar os profissionais sobre a importância desse gesto que salva vidas e mostra como é o processo de doação. É importante esclarecer e entender como é o processo, visando colaborar para que as doações aconteçam. Sergipe é um estado que tem história com o transplante. Somos o primeiro estado do Norte Nordeste a fazer um transplante cardíaco, e precisamos retomar isso. Estamos com dois transplantes renais agendados no Hospital Universitário, para os dias 06 e 07 de outubro, Para se ter uma ideia, hoje temos mais de 52.000 mil pessoas inscritas no Brasil, dessas 29.000 mil só para rim. Temos o hospital Cirurgia que está sendo autorizado a fazer transplante de fígado e rim. A perspectiva é melhorar em 2023", pontuou Benito Fernandez.
Ele explicou que a pandemia trouxe alguns problemas, até porque as família não podiam ir para o hospital. isso, ele atentou que gerou um grande mal-estar, para as famílias. "Caímos nos números de doações, só fazíamos transplante de urgência. No ano de 2021, tivemos apenas 17 doadores de múltiplos órgãos e uma negativa familiar de 88%, de cada 10 famílias entrevistadas, apenas uma autorizava a doação. Esse ano, até agosto, tivemos 32 doadores e de 10 famílias entrevistadas, quatro estão autorizando a doação, isso significa que a sociedade está respondendo positivamente", disse o Coordenador da Central de Transplantes de Sergipe.
“O papel do profissional de saúde no processo de doação de transplante é imprescindível. Eu costumo dizer que o profissional de saúde tem o direito, enquanto cidadão de ser, ou não, doador de órgãos, mas enquanto profissional de saúde ele tem o dever de favorecer o transplante de órgãos. O transplante é uma modalidade que melhora a qualidade de vida, que salva vidas e que depende essencialmente, primordialmente do doador", assegurou.
Renais
O Presidente da Associação dos Renais Crônicos e Transplantados de Sergipe,(ARCRESE), Elvis Cavalcante, esteve presente no evento e contou um pouco da sua história. “Sou renal crônico e estou transplantado. Quem doou o rim para mim foi minha mãe. A nove anos, aos 24 anos, descobri a insuficiência renal crônica. Sou um paciente que não tenho diagnóstico, mas com suspeita de uma doença autoimune. Ocorreram algumas coisa que não muito boas dentro desse contexto, porém, através da doação de órgãos, através da minha mãe, hoje tenho a oportunidade, já há sete anos, de ter uma qualidade de vida melhor", relatou Elvis.
"O sergipano é solidário. No ano passado, tivemos um pouco mais de 85% de negativa familiar em Sergipe. Isso é assustador. Estávamos em número um no Brasil, em negativa familiar, isso sendo maior do que a porcentagem do próprio nacional. O cenário chama a atenção", acrescentou Elvis Cavalcante.
O evento
A abertura do evento ficou por conta das enfermeiras Cristina Ferraz e Manuelly Silveira Soares, que atualmente estão à frente do Núcleo de Educação Permanente dos Hospitais Amparo de Maria e Hospital Regional, Dr. Jessé Fontes. A ação foi para celebrar o novembro verde, onde os dois hospitais que atendem todas as regiões centro-sul se uniram para que a ação fosse um sucesso. A assistente social do HAM, Tereza Beatriz Gomes, disse que a palestra foi muito gratificante e enriquecedora. "A palestra sobre doações de órgãos e tecidos, foi muito bem explanada por Benito Fernandes. A lista de pessoas no Brasil, cresce cada vez mais. É importante sermos solidários e darmos vidas a essas pessoas através da doação de órgãos e tecidos. Que todos nós possamos estar de parabéns pelo envolvimento positivo das coordenadoras do NEP dos dois hospitais, Cristina Ferraz e Manuelle. Uma parceria de muito bom agrado a do Amparo de Maria e o Hospital Jessé de Andrade Fontes. E que venham mais eventos. Seja doador de sangue, doador de córneas, doador de fígado, doador de rim, doador de coração. Seja Doador de Vida’’. Finalizou a assistente social Tereza Beatriz Gomes.
